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CEO do Grupo Porto debate no CCS-SP temas que impactam futuro dos corretores de seguros

Roberto Santos expôs o bom momento da companhia e comentou questões importantes, que vão desde Open Insurance a APV. O evento ainda contou com a participação do presidente do Sincor-SP, Boris Ber

O Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP) recebeu Roberto Santos, CEO do Grupo Porto e presidente do Conselho Diretor da CNseg, em almoço com associados. Ele comentou o bom momento do Grupo, que registrou crescimento em número de negócios e clientes, e abordou, ainda, na condição de conselheiro da CNseg, temas que estão movimentando o mercado.

Além de Santos, representaram a Porto no evento Emerson Valentim, diretor Comercial de SP Capital e Metropolitana, Luiz Arruda, vice-presidente de Marketing, Clientes e Dados, e outros membros da equipe que atende aos corretores de seguros em São Paulo. O almoço contou, ainda, com as presenças do presidente do Sincor-SP, Boris Ber, do vice-presidente da
Fenacor, Manuel Matos, e do ex-superintendente da Susep, Alexandre Camillo, dentre outras autoridades.

Crescimento da Porto

Roberto Santos disse que a Porto atingiu, recentemente, a marca de 13 milhões de clientes e 19 milhões de negócios. “Sem o trabalho dos corretores não conseguiríamos alcançar esse tamanho”, disse. Líder no seguro automóvel, com 30% de market share, a companhia enfrentou o crescimento da sinistralidade do ramo em 2021 e a alta de preços provocada pelo aumento da tabela Fipe. “Agora, a sinistralidade está controlada e o preço parou de subir, mas ainda está elevado”, disse.

Segundo Santos, a Porto obteve bons resultados em ramos elementares, sobretudo em residencial, empresarial e seguro para celular. Ele comentou a dificuldade dos corretores com seguros para riscos gravosos, afirmando que na Porto não há recusa automática. “Olhamos risco a risco, fazemos vistorias e recomendações”, disse.

Além da carteira de seguro vida, a de saúde também cresceu. Santos informou sobre o lançamento de um novo produto de saúde em parceria com hospitais, que oferece preços diferenciados e participação nas receitas aos estabelecimentos. Ele destacou a preocupação do setor com a tramitação de projeto de lei que prevê a regulação dos planos coletivos. “A regulação excessiva prejudicou a venda dos planos individuais e espero que o mesmo não aconteça com os coletivos”, disse.

Desafios ao mercado

O executivo dedicou parte de sua apresentação a temas que estão desafiando o mercado. Um deles é o SRO (Sistema de Registro de Operações), que foi criado há dois anos pela Susep para o envio de informações das operações de seguros. Segundo ele, preocupa o mercado a concentração de cerca de 90% das informações em um dos três players homologados, que, além disso, sequer conseguiu repassá-las à Susep. “São dados de nossos clientes que estão circulando nas mãos de terceiros. Hoje, o SRO não se propõe para aquilo que foi criado”, disse.

Na visão de Santos, o Open Insurance é uma cópia do Open Banking, porém, sem a mesma necessidade. “O mercado de seguros já é aberto, tem o corretor como consultor e contratos com vigência anual, condições que não existem na relação entre banco e correntista”, disse. Uma das figuras do Open Insurance, a SPOC (Sociedade Processadora de Ordem do Cliente), criada para substituir a SISS (Sociedade Iniciadora de Serviços de Seguro), não tem razão de existir, segundo o executivo, já que nenhuma empresa ainda foi homologada.

Pontos de vista

Durante os debates, o vice-presidente da Fenacor discordou de Santos em relação a viabilidade do Open Insurance, observando que caberá aos corretores o papel de “administrar o processo de consentimento dos segurados para que seus dados sejam utilizados”. Segundo ele, a própria Fenacor constituirá uma SPOC. “Para evoluir, precisamos enxergar as
oportunidades antes que se tornem óbvias. A Fenacor convida a CNseg, na figura do Roberto, para empreender uma jornada em benefício de todos”, disse.

Camillo explicou que a SPOC consta no processo do Open Insurance, mas não é obrigatória. “No entanto, havia de ter a sua previsão, tanto por uma necessidade tecnológica como para salvaguardar os corretores de seguros”, disse. Ele também comentou o PLC 29, projeto desarquivado recentemente que se propõe a criar um marco legal para o seguro, concordando com a opinião de Santos de que se trata de um retrocesso.

Na sua participação no evento, Boris Ber falou sobre os riscos gravosos, mencionados por Santos, relatando que o Sincor-SP tem promovido reuniões com seguradoras para encontrar uma solução. Ele aproveitou a oportunidade para informar que a entidade ultrapassou a casa dos 10 mil associados. “Quis dividir com vocês essa alegria”, disse.

Sucessão

No encerramento, Santos contou que deixará o cargo de CEO do Grupo Porto no final do ano e que será sucedido por Paulo Kakinoff, que faz parte do Conselho da companhia. Em seguida, elogiou o CCS-SP pela iniciativa de promover a integração entre corretores e seguradores. Para o mentor do CCS-SP, Álvaro Fonseca, o encontro expôs visões distintas e até divergentes sobre temas que podem mudar o futuro do mercado e da categoria.

“Por sua representatividade e por congregar diversas lideranças do setor, o Clube protagonizou um debate muito importante sobre assuntos que dizem respeito ao futuro, alguns até muitos preocupantes para os corretores. A boa notícia é que há o consenso sobre a necessária união de todos do mercado para superar tais desafios”, disse.

Sem o trabalho dos corretores não conseguiríamos alcançar esse tamanho.”

Roberto Santos, CEO do Grupo Porto e presidente do Conselho Diretor da CNseg.

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