Susep propõe mudanças nos seguros de danos que devem atingir corretores
26 de novembro de 2020Segundo o site CQCS, a Susep pretende publicar novas regras para os seguros de danos (massificados e de grandes riscos) ainda em dezembro, com início de vigência em janeiro de 2021. Para a autarquia, o fim da padronização dos produtos deverá assegurar maior liberdade para o desenvolvimento e oferta de novos produtos e serviços para os consumidores brasileiros.
Em entrevista para o site, especialistas acreditam que as mudanças também afetarão os corretores de seguros, que precisarão se adaptar rapidamente à nova realidade. “Não basta ser habilitado e sob os padrões atualmente conhecidos e mínimos. O novo cenário requer aperfeiçoamento técnico e conhecimento com excelência. O tempo é outro. Os corretores de seguros precisam se reinventar”, alerta o consultor Walter Polido, diretor Jurídico da Associação Brasileira de Gerência de Riscos (ABGR) e sócio da Conhecer Seguros.
Para Polido, assim como ocorre para as seguradoras, a mudança de relacionamento e exigências para o corretor “é mandatória”. Dessa forma, não há como permanecer os mesmos padrões de atendimentos após a publicação das novas regras. “Os produtos serão diversificados. Os modelos e as formas de contratar seguros serão outras. Caberá ao corretor antecipar, com base nas necessidades individualizadas dos clientes, as possíveis estruturas de seguros cabíveis, uma vez que uma mesma apólice poderá suportar diferentes coberturas, as quais hoje são representadas por várias apólices simultaneamente”, observa.
O preço, obtido através de cotações, deixa de ser o fator mais importante e praticamente único, segundo o consultor. Ele ainda ressalva, contudo, acreditar que os corretores estejam aptos para o novo momento, mas desde que “se adaptem efetivamente e adquiram conhecimento de base, profundamente”. Apesar disso, Polido demonstra otimismo quanto aos efeitos das novas regras para os segurados, com a expectativa de “ver o Brasil no patamar dos mercados de seguros desenvolvidos”.
Polido ainda acredita que o modelo atual se esgotou e os produtos de seguros nacionais estão longe do padrão de excelência, gerando “toda a sorte de conflitos”, inclusive na esfera judicial e prejudicando os consumidores. “A liberação anunciada pela Susep é bem-vinda e modificará e muito o cenário atualmente conhecido, o qual é notório: supremacia dos produtos de seguros padronizados, com diferença apenas no preço”, acentua, acrescentando que os consumidores terão “muitas vantagens” com produtos que aglutinam vários tipos de coberturas em uma única apólice.
Fonte: Comunicação Sincor-SP, com informações do CQCS