
Lideranças discutem novas legislações e os impactos para os corretores de seguros
17 de junho de 2025A Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor) e a Escola de Negócios e Seguros (ENS) realizaram, no dia 11 de junho, a edição 2025 do evento híbrido “Conexão Futuro Seguro”, que reuniu especialistas, autoridades e lideranças do mercado. Com o tema “Nova legislação, novos operadores e impactos para o setor de seguros”, o encontro alcançou participação recorde, com mais de 4,5 mil pessoas online e mais de 100 presencialmente no auditório da ENS, em São Paulo.
Diálogo sobre o presente e o futuro do setor
O evento foi aberto com o painel “Connection Talk”, mediado por Boris Ber, presidente do Sincor-SP, e contou com a participação de grandes nomes do mercado: Alessandro Octaviani (superintendente da Susep), Armando Vergilio (presidente da Fenacor), Dyogo Oliveira (presidente da CNseg), Jorge Andrade (presidente da Capemisa) e Marcelo Goldman (diretor executivo de Produtos Massificados da Tokio Marine).
Durante o painel, Alessandro Octaviani destacou que o seguro é um instrumento fundamental de proteção socioeconômica, especialmente frente aos desafios das mudanças climáticas. Segundo ele, o fortalecimento da confiança nos produtos e a ampliação da oferta de coberturas são pilares essenciais para expandir o mercado no Brasil. Octaviani ressaltou, ainda, a importância da Lei 15.040/2024, que traz mais clareza e segurança jurídica aos contratos de seguros, e destacou a relevância da Lei Complementar 213/2025, que regulamenta as cooperativas e associações de proteção patrimonial mutualista, abrindo espaço para que cerca de 3 mil associações se formalizem junto à Susep.
Dyogo Oliveira, presidente da CNseg, reforçou que o principal desafio do setor é crescer. Apesar dos investimentos superiores a R$ 22 bilhões em inovação, o mercado ainda enfrenta dificuldades de comunicação com a sociedade. Ele citou dados de pesquisa da CNseg, que mostram que, embora 77% da população confie no seguro, 67% têm pouco ou nenhum conhecimento sobre o setor. Apenas 15% sabem o que é o prêmio do seguro. Oliveira reforçou a importância dos corretores como principais canais de distribuição e defendeu uma comunicação mais acessível e didática para aproximar o seguro do dia a dia da população.
Para Jorge Andrade, da Capemisa, o mercado ainda possui um enorme potencial de crescimento. “Apenas 20% da população brasileira está segurada. Existe um mercado vasto, mas isso exige uma atuação conjunta de todo o setor”, afirmou.
Marcelo Goldman, da Tokio Marine, reforçou o papel social do seguro e lembrou que, mesmo durante a pandemia de Covid-19, o mercado atuou de forma responsável, pagando mais de R$ 7 bilhões em indenizações, mesmo em casos que poderiam ser excluídos pelas cláusulas contratuais. “É uma indústria que apoia as pessoas em seus momentos mais difíceis”, declarou.
O presidente da Fenacor, Armando Vergilio, também destacou a relevância das novas legislações, especialmente da Lei Complementar 213/2025, que traz segurança jurídica e cria oportunidades para os corretores atuarem no segmento de proteção patrimonial mutualista. “Esse mercado agora passa a ser regulado e, quem não se adequar até 16 de julho, estará fora da atividade”, alertou. Ele incentivou os corretores a buscarem conhecimento e se posicionarem nesse novo cenário.
Painéis reforçam protagonismo dos corretores e inclusão feminina
O segundo painel, “Corretor como Protagonista em Soluções e Inovações”, foi mediado por Lucas Vergilio, presidente da ENS, e contou com os professores da instituição Samy Hazan, Ildebrando Neres e Ricardo Villaça.
Ildebrando Neres, que também atua como assessor de investimentos, destacou que o planejamento financeiro conecta diretamente as atividades do corretor de seguros e do profissional de investimentos, reforçando a importância da capacitação contínua.
Ricardo Villaça apontou que o uso da inteligência artificial entre os corretores brasileiros ainda é limitado e, muitas vezes, pouco eficiente. Já Samy Hazan enfatizou que acompanhar as transformações tecnológicas e as mudanças no comportamento do consumidor é essencial para a sustentabilidade dos negócios no setor.
Mulheres em destaque no mercado de seguros
O terceiro painel trouxe reflexões sobre os avanços e desafios das mulheres no mercado, com base no 5º Estudo da Mulher no Mercado de Seguros. Sob mediação de Maria Helena Monteiro, diretora de Ensino da ENS, o debate contou com Simone Fávaro, 1ª vice-presidente do Sincor-SP, e Liliana Caldeira, presidente da Sou Segura.
Simone Fávaro compartilhou sua trajetória, desde o início sozinha como corretora até a consolidação de sua empresa, que hoje tem 41 funcionários, sendo 90% mulheres. Ela destacou que características como sensibilidade e vocação para o cuidado têm contribuído para o crescimento das mulheres no setor.
Debates jurídicos e técnicos fecham o evento
Outro tema relevante foi a regulamentação da proteção patrimonial mutualista, abordada no painel mediado por Ronny Martins, gerente de Produtos da ENS, com participação de Carlos Queiroz (diretor da Susep), Alexandre Leal (diretor técnico da CNseg) e Augusto Coelho (assessor da ENS).
O evento também discutiu a Nova Lei dos Contratos de Seguro, em painel que reuniu Jessica Bastos (diretora da Susep), Ernesto Tzirulnik (presidente do IBDS) e Glauce Carvalhal (diretora jurídica da CNseg).
Encerramento com premiação
Para encerrar o evento, foi realizado o sorteio de um carro zero-quilômetro, exclusivo para associados adimplentes dos Sincors. O ganhador foi José Gilberto de Albuquerque Arruda, associado do Sincor-Paraná.
Fonte: Sincor-SP