Parabéns, Sincor-SP!

Fiquei contente em receber esse convite para escrever sobre os 85 anos do Sincor-SP. Foi um impulso para um passeio por boas lembranças.

Certo dia, quando eu ainda era menino, ouvi o meu pai dizer que ele tinha um amigo, o José Logullo, presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros de São Paulo, que havia aceitado instalar a sede do sindicato dentro do edifício da sucursal da Companhia de Seguros Boavista, da qual o meu pai era o responsável no Estado. Para um menino de dez, talvez 12 anos, isso não tinha outro significado senão o de compartilhar, como vitória familiar, a conquista pelo meu pai da confiança dos corretores.

Minha mãe, minha irmã e eu acompanhávamos diariamente as histórias que ele contava sobre o seu trabalho. Num determinado dia, mais ou menos em 1959, meu pai nos trouxe a notícia de que esse amigo estava organizando a visita de um grupo de profissionais à futura capital do País. Tudo foi mágico naquele dia de ida e volta a Brasília junto aos corretores: desde ver as obras dos futuros palácios e sentir o otimismo pela nova cidade, até a participação da nossa família naquele grupo com o meu pai.

Eu não sabia que no futuro me tornaria próximo de tantos sucessores do Logullo, como meu pai o chamava. Participei dos primeiros congressos de corretores estimulados pelo combativo Wolfgang Siebner, onde ouvia enciumado a oratória de um outro grande amigo do meu pai, Alberto Medeiros.

A razão de estar próximo ao Sincor-SP sempre foi óbvia pela importância que os corretores têm para as seguradoras, mas sempre tive o privilégio desse encantamento, que vinha das histórias da minha infância e que, depois, se tornou gratidão pelo apoio que recebemos quando assumimos o desafio de desenvolver a Porto Seguro.

Poderia e deveria citar muitos dirigentes do Sincor-SP que marcaram a história do nosso mercado, como o Leoncio de Arruda, que como o Siebner, se foi muito cedo, mas não vou me lembrar de todos os nomes. Só tenho um testemunho recente do que sinto: havia me prometido não entrar em novos conselhos e atividades de mercado desde que deixei o Conselho da Administração da Porto Seguro, em 1º de junho deste ano, mas há poucos dias recebi um telefonema do Octavio Milliet, me convidando para fazer parte do conselho da APTS. Eu quis negar, alegar que tenho pouco tempo, mas naquele instante me veio a gratidão, as histórias, a convivência de uma vida me chamando pela voz do Octavio, e aceitei.

Os 85 anos do Sincor-SP são isto: uma parte inseparável da minha história.

Parabéns e obrigado.

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Jayme Garfinkel ao lado de seus pais e de sua irmã
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